segunda-feira, 9 de maio de 2011

DÉA TRANCOSO ESTREIA SHOW NA CAIXA CULTURAL RIO DE JANEIRO

Cantora lança o novo CD “Serendipity”, seu primeiro trabalho autoral 

A cantora e compositora Déa Trancoso faz o lançamento nacional do novo CD  Serendipity, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, nos dias 13 e 14 de maio, com participação especial de Jackson Antunes. O álbum mostra, pela primeira vez, o lado autoral da artista, além de parcerias com Adriano Batista Rocha, seu avô (morto há mais de 30 anos), Badi Assad, Chico César e Rogério Delayon, que é o produtor e arranjador do disco.

"Chamei o Rogério Delayon para produzir junto comigo esse trabalho porque queria que a condução fosse feita a partir de cordas de aço e que a elas se somassem outras cordas mais raras  e saborosas como as do uklele, banjo, violão dinâmico, violão de 12, sitar", revela a cantora, que musicou Água Serenada, a parceria com o avô, a partir de letra achada por sua mãe nos arquivos da família.

O pai de Déa Trancoso, uma de suas mais importantes referências sonoras, tocava aço e depois foi migrando para o nylon. "Fui passar as férias de dezembro de 2010 no Vale do Jequitinhonha, onde meus pais moram, e me deparei com o violão de cordas de aço do meu pai. Comecei a brincar com ele e a produção de Serendipity foi se delineando dentro do meu coração", confessa.

A maioria das músicas já estava pronta há mais de cinco anos. Algumas letras foram escritas há quase 10 anos, como é o caso de Meu Colo, tua Casa, feita quando o filho Francisco nasceu, e que virou parceria com Badi Assad, que arranjou, cantou e tocou violão na canção, numa participação especial.

Participam ainda do disco Kristoff Silva, cantando Rapsani (Déa Trancoso), Felipe José, com o violoncelo em Castiça (Déa Trancoso), Gabriel Guedes, com o sitar em Corpo (Déa Trancoso), além de Ana Cristina, Juliana Perdigão, Elisa Paraíso, Selmma Carvalho e Sérgio Moreira nos vocais de Obikawa (Déa Trancoso).
O encontro com Rogério Delayon para a produção e os arranjos do disco foi tão feliz que nasceu a primeira parceria dos dois: Serendipity, feita entre uma gravação e outra. "Bordado", a parceria com Chico César foi feita pela internet, no meio da noite, já que os dois artistas ainda não se conhecem pessoalmente.
Serendipity foi gravado e mixado no Estúdio Máquina, em Belo Horizonte, por Léo Lachini. "É um trabalho onde literalmente não controlei nada, deixei a vida fluir e prometi para mim que não faria nada que meu coração não quisesse. 

Assim, é um lugar de extrema felicidade para mim, onde experimentei e me encontrei com outras facetas do meu próprio pensamento e da minha própria existência no mundo. Onde desenvolvi literaturas e arquiteturas musicais que deram origem à produção, aos arranjos e ao clima do disco, que foi gravado praticamente ao vivo no estúdio", revela.

O trabalho anterior de Déa foi Tum Tum Tum, seu primeiro disco solo, fruto de um mergulho profundo na cultura popular brasileira, especialmente do Vale do Jequitinhonha, sua terra natal. O disco teve quatro indicações ao Prêmio TIM de Música 2007.  Déa Trancoso prepara para o segundo semestre o CD Flor do Jequi, tendo como convidado especial o violonista Paulo Belinatti. Outras informações sobre a artista podem ser conferidas no site http://www.myspace.com/deatrancoso.

Serendipity. faculdade de fazer inesperadas e afortunadas descobertas. Serendipity. escolhas felizes por acaso. Relendo tutaméia, de João Guimarães Rosa, me deparei com essa palavra e ela imediatamente vestiu, como uma roupa feita sob medida, minha nova brincadeira com a música: a composição.

Não bastasse tudo que a música tem me dado no seu ofertório infinito de presentes, agora estou experimentando compor. Quando dei por mim, já estava em carícias musicais comigo mesma e com Badi Assad, Chico Cesar, Rogério Delayon e até com meu avô materno que se encantou quando eu tinha apenas 11 anos.
Bonitas parcerias nunca sequer imaginadas...

DONA MÚSICA me deu mais do que eu sonhei lá no sertão do sertão onde nasci. Ela era o caminho que eu trilhava sem saber; a minha verdade velada. Acredito que todo ser que a terra sustenta tenha uma verdade. essa verdade é o seu céu interior.

No fundo do meu céu mora a MÚSICA. A MÚSICA vibra Deus em mim. Com ELA, convivo com o sagrado, me revelo a mim mesma, me salvo de mim mesma. Com ELA, faço coisas, estou no mundo: amo, vivo, volto à casa do pai. ELA se dá a mim e eu a recebo, intuo, entôo, componho, partilho, sinto, me enlevo, reverencio... Aí, viramos espírito e sumimos no ar!

Acolher e cultivar a amizade que a MÚSICA me dedica é eterna surpresa, profunda gratidão, imodesta alegria. É felicíssimo cotidiano... ganhar de DONA MÚSICA a permissão para dar melodia, voz e palavra ao pequenino bocado que me cabe é, e sempre será ,afortunadamente serendipity!

Déa Trancoso

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