quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Lua de Papel lança “Parem de falar mal da rotina”, de Elisa Lucinda

Com oito anos de bem-sucedida carreira no teatro, texto ganha versão literária.

“Parem de falar mal da rotina” é o novo livro da escritora e atriz Elisa Lucinda, lançado pelo selo Lua de Papel. Nesta estreia na editora, com seu primeiro livro de prosa, segundo ela, um desafio, Elisa adaptou a peça que esteve em cartaz desde 2002 e levou ao teatro mais de um milhão de espectadores.

Definido pela própria autora como “um trem que não para desde que partiu”, o livro “Parem de falar mal da rotina” é, sobretudo, a celebração do cotidiano e a valorização das coisas simples da vida. A viagem teve início com o convite do diretor teatral Amir Haddad para que Elisa Lucinda encenasse uma peça no horário alternativo do teatro que comandava então. Os 14 espectadores daquela longínqua primeira sessão multiplicaram-se exponencialmente, de modo que a peça tem hoje fã-clube e até mesmo comunidades em redes sociais – um sinal de popularidade incomum para um espetáculo teatral. Tornou-se habitual encontrar em todas as apresentações pessoas que voltavam várias vezes, ora com familiares, amigos, namorados ou mesmo sozinhos.

O que chamamos de rotina que também atende pelo nome vida, todo dia nos ensina com sua incessante mutação”. A partir dessa premissa, Elisa Lucinda compartilha com os leitores suas impressões sobre os aspectos extraordinários do cotidiano, a intensidade das emoções e mesmo simples percepções do que nos circundam e preenchem nosso dia a dia. Para a autora, a realidade assemelha-se à ficção com muito mais frequência que supomos. Tudo depende das lentes que utilizamos para enxergar e avaliar esta apresentação da qual participamos desde o nascimento, com suspenses, reviravoltas, grandes atuações, fiascos vergonhosos, personagens inesquecíveis, figurantes dispensáveis.

Elisa define o argumento do livro como “uma reflexão em voz alta sobre algumas cenas do espetáculo de existir”. Reforçando essas semelhanças, a autora escolheu títulos de cinema, TV, teatro e literatura para nomear capítulos e cenas do livro. Assim, acompanhamos um drama com final feliz em “Dormindo com o inimigo”; em “Faça a coisa certa”, racismo e relações raciais entram na pauta; e “Assim caminha a humanidade” trata de amor e felicidade. Analogias divertidas e apropriadas que adornam um texto composto com bem calculadas doses de prosa e poesia.

A proposta de Elisa desmoraliza muitos pré-conceitos, a partir de histórias do cotidiano e convida os leitores a revisitarem suas próprias histórias, tomando de volta o comando da sua própria felicidade. 

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