Edição 2011 do projeto começa em abril com apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro do espetáculo “1911-2011 – Os Bambas da Bela Época”. Até junho, projeto mostrará outros espetáculos sobre a música brasileira em cidades de São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Uma casa de música fictícia chamada “Ao Violino de Bronze”. Duas épocas distintas da nossa história, separadas por um hiato de 100 anos – 1911 e 2011. Uma viagem musical à obra de alguns dos mais geniais compositores brasileiros – Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Luciano Gallet, Glauco Velasquez, Francisco Braga, Henrique Oswald e Heitor Villa-Lobos. Assim é “1911-2011 – Os Bambas da Bela Época”, espetáculo cênico-musical que inaugura em abril, com apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo, a segunda edição do Circuito BNDES Musica Brasilis.
Com participação especial de Malu Mader, o espetáculo foi idealizado pela cravista e pesquisadora Rosana Lanzelotte, também diretora artística, com texto de Tim Rescala e direção musical do maestro Ricardo Kanji. Em São Paulo ele será apresentado no Teatro Cultura Artística Itaim, no dia 26 de abril, às 20:00h e no Rio de Janeiro no Theatro Municipal, dia 29 de abril, às 20:00h. No palco o elenco conta com o soprano Rosana Lamosa, o barítono Sandro Christopher, as pianistas Maria Teresa Madeira e Rosana Lanzelotte, os violinistas Her Agapito e Nathan do Amaral, além da Camerata Musica Brasilis, com o spalla Felipe Prazeres.
Além de São Paulo e Rio de Janeiro, serão realizadas 13 apresentações em cidades de Minas Gerais, São Paulo, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, das quais quatro são voltadas para os públicos jovens – concertos didáticos. E mais importante: todos os repertórios resgatados para os espetáculos ficarão gratuitamente disponíveis através do portal www.musicabrasilis.org.br.
O Espetáculo
A ação se passa numa casa de música fictícia, “Ao violino de bronze”, simultaneamente em 1911 e 2011. Embora as épocas se superponham e se entrelacem dramaticamente, em nenhum momento se misturam, deixando claro que os fatos se passam no mesmo local, mas com cem anos de distância no tempo.
No ano de 1911, em meio a aulas de violão, piano ou violino, que são feitas no fundo da loja, instrumentistas, compositores e público leigo entram e saem da casa. Ora apenas admiram as vitrines, onde estão dispostas partituras e instrumentos, ora fazem primeiras leituras dos últimos lançamentos da casa em um piano que está disponível para o público no centro do palco.
Carlos Arany, gerente e funcionário mais antigo da casa, é constantemente solicitado para esclarecer datas, informar sobre novos lançamentos ou dar detalhes técnicos sobre instrumentos, diapasões, metrônomos, etc… Cem anos depois, seu neto, Carlinhos, desempenha função semelhante, porém, sendo mais solicitado para tirar dúvidas sobre programas de computador como Finale, Sibelius, Protools, Logic, etc.
Em torno da figura cativante e carismática de Carlos Arany, compositores como Chiquinha Gonzaga, Francisco Braga, Luciano Gallet, Henrique Oswald ou Ernesto Nazareth , visitam a casa ou são citados em conversas animadas a cerca da cena musical carioca. Fala-se sobre os últimos sucessos editoriais da casa, das novidades vindas da Europa, dos que lá acabam de chegar após períodos de estudo, do lançamento de novos compositores, enfim, da vida musical da cidade. À medida que os diversos aspectos da cena musical carioca são citados, ouvimos alguns dos mais significativos exemplos da música que se fazia na época.
Cem anos depois, em 2011, o interesse de uma jovem VJ pela música deste período, ao conhecer a casa, mostra como a evolução tecnológica facilita o acesso do público em geral a um tesouro inesgotável.
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