Um recorte do cinema francês, o cinéma beur ou cinéma de banlieue, realizado por descendentes de imigrantes árabes. A mostra faz uma homenagem aos cineastas Abdellatif Kechiche e Rabah Ameur-Zaimèche exibindo retrospectivas de seus filmes.
Com a independência das colônias francesas na África, em meados do século XX, a França passou a receber um grande contingente de imigrantes dos países recém criados. Alguns filhos destes imigrantes, a maioria deles de origem árabe, dedicaram-se ao cinema e passaram a produzir, a partir dos anos 80, obras vigorosas que refletem a realidade em que vivem, como o duro cotidiano dos bairros populares e a problemática integração na sociedade francesa, revelando um país multifacetado em busca de conciliação e identidade.
A mostra Cinema Franco-Árabe, realizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français, apresenta 28 longas-metragens de ficção, quatro documentários e seis curtas, incluindo todos os quatro filmes, dois deles inéditos, realizados pelo cineasta tunisiano Abdellatif Kechiche, e os três filmes inéditos do cineasta argelino Rabah Ameur-Zaimèche. São obras que formam uma parcela representativa da atual produção cinematográfica da França e que poderão ser descobertas ou revistas no encerramento deste ano marcado pela Primavera Árabe.
Serão exibidos longas de diretores que tem seus filmes aclamados nos mais importantes festivais internacionais como o tunisiano Karim Dridi, diretor do elogiado documentário Cuba Feliz, uma viagem musical no estilo de Buena Vista Social Clube; as libanesas Nadine Labaki (Caramelo) e Danielle Arbid, que apresentou Um Homem Perdido, no Festival de Cannes, como "o filme sexualmente mais gráfico feito no mundo árabe"; além de nomes poucos conhecidos por aqui como Phillipe Faucon, Nadir Moknèche e o cult. No dia 20 de dezembro, terça-feira, às 18h30, na Sala de Cinema 1, será realizado um debate com o curador da mostra João Juarez Guimarães, o jornalista e crítico de cinema Leonardo Luiz Ferreira e a socióloga Maria Josefina Gabriel Santanna. Ziad Doueiri.
CINEMA FRANCO-ÁRABE
Produção e Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Curadoria: João Juarez Guimarães
bb.com.br/cultura
Rio de Janeiro:
6 a 28 de dezembro de 2011 (terça-feira a domingo)
Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro – Sala de Cinema 1 (102 lugares) e 2 (50 lugares)
Rua Primeiro de Março 66, Centro, tel (21) 3808-2020
CINEPASSE: R$ 6 e R$ 3 (meia), válido durante a mostra, para acesso às sala de cinema 1 e 2, por meio de senhas. As senhas deverão ser retiradas 1h antes de cada sessão.
PROGRAMAÇÃO
SALA DE CINEMA 2
6 dezembro, terça
16h30 - Barakat! (França-Argélia, 2006. 95 min. 14 anos)
18h30 - Andalucia (França, 2008. 90 miin, 14 anos)
7 dezembro, quarta
16h30 - Aliás, Derrida (França, 1999, 70 min. 10 anos)
18h30 - Cuba Feliz (França-Cuba, 2000. 93 min. 14 anos)
8 dezembro, quinta
16h30 - Duas Senhoras (França, 2007. 73 min. 12 anos)
18h30 - Unidos pela França (França, 2004. 9 min. Livre). + Dias de Glória (França-Argélia-Marrocos-Bélgica, 2006. 120 min. 14 anos)
9 dezembro, sexta
16h30 - A Grande Viagem ((França-Marrocos-Bulgária-Turquia, 2004. 108 min. Livre)
18h30 - Os Encantos de Paloma (França-Argélia, 2007. 134 min. 14 anos)
10 dezembro, sábado
14h30 - Um Homem Perdido (França, 2007. 93 min. 14 anos))
16h30 - Khamsa (França, 2008. 110 min.12 anos)
18h30 - O Primeiro Natal (França-Tunísia, 1999. 15 min. Livre).+ Lila Diz (89 min)
11 dezembro, domingo
14h30 - Fique Tranquilo (França, 2005. 19 min. Livre).+ Má Fé (França, 2006. 88 min. Livre)
16h30 - As Ruas de Casablanca (França/Bélgica/Marrocos, 2000. 90 min.16 anos)
18h30 - Caramelo (França, 2007. 95 min. 14 anos)
13 dezembro, terça
16h30 - Pais, Filhos & Etc (França-Canadá, 2003. 95 min. 12 anos)
18h30 - O Novelo de Lã (França, 2005. 14 min. Livre).+ Rachel (França/Bélgica, 2009. 100 min. 14 anos).
14 dezembro, quarta
16h30 - Beyrouth, O Preço da Inocência (França/Líbano/Romênia, 2004. 27 min. Livre) + Nós e os Outros, Um Retrato de Edward (França, 2002. 52 min. Livre).
18h30 - É Domingo (França, 2008. 30 min. Livre). + Samia (França, 2000. 73 min. Livre)
15 dezembro, quinta
16h30 - Vizinhos e Vizinhas (França, 2005. 90 min. Livre)
18h30 - Caramelo (França, 2007. 95 min. 14 anos)
16 dezembro, sexta
16h30 - Andalucia (França, 2008. 90 miin, 14 anos)
18h30 - Má Fé (França, 2006. 88 min. Livre)
17 dezembro, sábado
14h30 - Vizinhos e Vizinhas (França, 2005. 90 min. Livre)
16h30 - Fique Tranquilo (França, 2005. 19 min. Livre).+ Barakat! (França-Argélia, 2006. 95 min. 14 anos)
18h30 - Vênus Negra (França-Bélgica, 2010. 159 min.16 anos)
18 dezembro, domingo
14h30 - A Grande Viagem (França-Marrocos-Bulgária-Turquia, 2004. 108 min. Livre)
16h30 - Aliás, Derrida (França, 1999, 70 min. 10 anos)
18h30 - Os Encantos de Paloma (França-Argélia, 2007. 134 min. 14 anos)
20 dezembro, terça
16h30 - Dias de Glória (França-Argélia-Marrocos-Bélgica, 2006. 120 min. 14 anos)
18h30 - Debate com João Juarez Guimarães (curador), Maria Josefina Gabriel Santanna (socióloga) e Leonardo Luiz Ferreira (crítico de cinema, jornalista e codiretor do documentário Chantal Akerman, de Cá).
21 dezembro, quarta
16h30 - Unidos pela França (França, 2004. 9 min. Livre). + Cuba Feliz (França-Cuba, 2000. 93 min. 14 anos)
18h30 - Khamsa (França, 2008. 110 min.12 anos)
22 dezembro, quinta
16h30 - Beyrouth, O Preço da Inocência (França/Líbano/Romênia, 2004. 27 min. Livre) + Samia (França, 2000. 73 min. Livre)
18h30 - É Domingo (França, 2008. 30 min. Livre). + Duas Senhoras (França, 2007. 73 min. 12 anos)
23 dezembro, sexta
16h30 - Lila Diz (França-Reino Unido, 2006. 89 min. 18 anos).
18h30 - Pais, Filhos e Etc (França-Canadá, 2003. 88 min. 12 anos)
27 dezembro, terça
16h30 - Um Homem Perdido (França, 2007. 93 min. 14 anos)
18h30 - O Novelo de Lã (França, 2005. 14 min. Livre).+ Rachel (França/Bélgica, 2009. 100 min. 14 anos).
28 dezembro, quarta
16h30 - O Primeiro Natal (França/Tunísia, 1999. 15 min. Livre).+ As Ruas de Casablanca (França/Bélgica/Marrocos, 2000. 90 min.16 anos)
18h30 - Nós e os Outros, Um Retrato de Edward (França, 2002. 52 min. Livre).
SALA DE CINEMA 1
7 dezembro, quarta
18h30 - Wesh, Wesh, o que Foi? (França, 2002. 83 min. 14 anos)
8 dezembro, quinta
15h30 - Povoado Number One (França/Argélia, 2006. 100 min. 12 anos)
9 dezembro, sexta
18h - O Último Reduto (França-Argélia, 2008. 93 min. 12 anos)
14 dezembro, quarta
13h30 - A Culpa de Voltaire (França, 2000. 130 min. 12 anos)
15 dezembro, quinta
18h - A Esquiva (França, 2003. 117 min. 12 anos)
16 dezembro, sexta
16h - O Segredo do Grão (França, 2007. 151 min. 12 anos)
OS FILMES
LONGAS
ANDALUCIA
(Andalucia), de Alain Gomis (França, 2008. 90 miin, 14 anos)
Nascido no Senegal, em 1972, e radicado na França, Alain Gomis certamente não teria dificuldade em encontrar assunto para fazer um filme sobre imigrantes da África Negra na Europa. Mas este seu segundo longa-metragem, enfoca a trajetória em busca de suas raízes que Yacine, filho de imigrantes magrebinos morador da periferia parisiense, empreende até Andalucia, região espanhola dominada pelos árabes em outros séculos.
Andalucia foi exibido no Festival de Veneza e com L'Afrance (2001), Gomis ganhou o Leopardo de Prata do Festival de Locarno, prêmio destinado aos primeiros filmes.
BARAKAT!
(Barakat!), de Djamila Sahraoui (França-Argélia, 2006. 95 min. 14 anos)
Após realizar dois elogiados documentários, a argelina Djamila Sahraoui lançou Barakat!, seu primeiro filme de ficção. Na Argélia, durante a guerra civil dos anos 1990, uma jovem médica investiga o desaparecimento do marido, um jornalista envolvido com a oposição. Na procura, ela tem a ajuda apenas de uma amiga enfermeira mais velha, veterana da guerra de independência da Argélia. Djamila Sahraoui é formada pelo IDHEC e mora na França desde 1975; atualmente prepara sua segunda ficção, Ouardia.
CARAMELO
(Caramel), de Nadine Labaki (Françam 2007. 95 min. 14 anos)
Participou do Festival de Toronto e da Quinzena dos Realizadores de Cannes 2007.
Caramelo nasceu no projeto Residência do Festival de Cannes
Em Beirute, no salão de beleza Sibelle, cinco mulheres se encontram regularmente. Layale é amante de um homem casado e espera que um dia ele deixe a mulher. Nisrine é muçulmana e vai se casar, só que não é mais virgem e não sabe como contar ao noivo. Rima sente atração por mulheres. Jamale não quer envelhecer. Rose abdicou de sua vida para cuidar da irmã mais velha.
No salão, entre cortes de cabelo e depilação à base de caramelo (receita oriental tradicional: açúcar, limão e água), homens, amor, sexo, casamento, maternidade e amadurecimento estão no centro de suas conversas mais íntimas.
DIAS DE GLÓRIA
(Indigènes), de Rachib Bouchareb (França-Argélia-Marrocos-Bélgica, 2006. 120 min. 14 anos.
Prêmio coletivo de Melhor Intérpretação Masculina no Festival de Cannes.
Indicado ao Oscar de Melhor Filmes Estrangeiro.
Rachid Bouchareb sempre conciliou a carreira de cineasta com a de ativo produtor do cinema francês. Parisiense, filho de pais argelinos, desempenhou esta função em 20 títulos e foi parceiro de Bruno Dumont em toda sua filmografia e do libanês Ziad Doueiri em West-Beyrouth (que também será exibido na mostra).
Dias de Glória, quinto longa-metragem para o cinema, enfoca um episódio obscuro da história francesa, a participação de soldados das colônias norte africanas, os indigènes do título original, na Segunda Guerra Mundial. O filme causou polêmica e comoção na França por mostrar as injustiças e preconceitos a que estes homens foram submetidos.
A mostra exibe também Unidos pela França, curiosa investida de Bouchareb pela animação e considerado um estudo para Dias de Glória.
DUAS SENHORAS
(Dans la Vie), de Philippe Faucon (França, 2007. 73 min. 12 anos)
Philippe Faucon nasceu em Oujda, Marrocos. Formado em Letras, estreou no cinema em 1990 e hoje conta com sete longas metragens no currículo, entre eles Samia, de 2000, também em exibição na mostra.
Duas Senhoras mostra a amizade que nasce entre uma idosa judia, mal-humorada e irritadiça, e uma senhora muçulmana que é contratada para lhe fazer companhia.
OS ENCANTOS DE PALOMA
(Délice Paloma), de Nadir Moknèche (França-Argélia, 2007. 134 min. 14 anos)
Filha de argelinos, Nadir Moknèche, conhecida como "Almodóvar da Argélia” pelo humor e colorido dos seus filmes, nasceu em Paris mas passou a infância e a adolescência em Argel. Posteriormente voltou a morar na capital francesa e passou temporadas na Inglaterra e na Itália, além de estudar cinema em Nova York. Seu primeiro filme, The Harem of Madame Osmane (2000), foi aclamado pela crítica e no circuito dos festivais internacionais. Neste terceiro longa, Moknèche repete a bem sucedida dobradinha que fez no anterior Viva a Argélia! e conta novamente com Byouna, a legendária cantora e atriz do mundo árabe, interpretando a dona de uma boate que vê seu filho se envolver com sua nova pupila, a jovem e bela Paloma do título.
A GRANDE VIAGEM (Le Grand Voyage), de Ismaël Ferroukhi (França-Marrocos-Bulgária-Turquia, 2004. 108 min. Livre)
Prêmio Luigi de Laurentiis (Melhor Filme de Estreia) no Festival de Veneza.
Reda é um jovem francês filho de imigrantes muçulmanos que não segue a religião da família. O pai quer fazer a peregrinação à cidade santa de Meca, na Arábia Saudita, e Reda é forçado a levá-lo de carro. Sem muito em comum, o longo trajeto transformará a relação dos dois.
Ismaël Ferroukhi é marroquino. O filme mostra impressionantes imagens da peregrinação a Meca e foi a primeira ficção autorizada a ser filmada na cidade.
UM HOMEM PERDIDO
(Um homme perdu), de Danielle Arbid (França, 2007. 93 min. 14 anos)
Participou da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.
Um Homem Perdido investiga a relação que se estabelece entre o fotógrafo francês Thomas Koré e o árabe Fouad Saleh. Koré viaja pelo mundo registrando suas experiências sexuais com prostitutas e Saleh, desaparecido de casa há muitos anos, vaga desmemoriado pelo Oriente Médio. Curioso sobre o passado do árabe, o francês convida-o para acompanha-lo numa viagem ao Líbano, Síria e Jordânia onde dará continuidade ao seu trabalho com prostitutas e Saleh será seu interprete.
Um Homem Perdido é inspirado no trabalho do fotógrafo francês Antoine d’Agata. A crítica encontrou ecos do sofisticado cinema de Antonioni e Kiarostami neste road-movie da libanesa radicada na França, Danielle Arbid é libanesa, vive na França e é uma premiada documentarista.
KHAMSA (Khamsa), de Karim Dridi (França, 2008. 110 min.12 anos)
Após cinco anos sem produzir para o cinema, Karim Dridi volta em Khamsa aos seus habituais personagens desvalidos.
Marco, garoto de 11 anos com sangue árabe e cigano e órfão de mãe, foge da casa de seus pais adotivos e volta a viver no acampamento da periferia de Marselha onde nasceu. Com o que restou de sua família destroçada - pai bêbado, avó moribunda e irmã prostituída - ele rapidamente se envolve com a criminalidade através da realização de pequenos delitos que comete junto com os primos.
LILA DIZ
(Lila Dit Ça), de Ziad Doueiri (França-Reino Unido, 2006. 89 min. 18 anos).
Grande Prêmio do Júri – Mostra Cinema do Mundo/Sundance Festival
O libanês Ziad Doueiri, que, além de Lila Diz, dirigiu West Beyrouth (também presenta na mostra) é mais conhecido por seu trabalhado como operador de câmera em filmes de Quentin Tarantino.
Lila Diz passa-se num bairro pobre de Marselha onde um filho de imigrantes árabes com pretensões a ser escritor, interessa-se pela nova vizinha, uma linda loura que veio morar com a tia. A beldade corresponde às investidas do muçulmano contando detalhes escabrosos de sua supostamente precoce vida sexual.
MÁ FÉ (10)
(Mauvaise Foi), de Roschdy Zem (França, 2006. 88 min. Livre)
Roschdy Zem é um dos atores franceses descendente de árabes de maior sucesso do país contando com 73 títulos em sua filmografia. Em 2006, estreou na direção com Má Fé, comédia sobre um casal formado por um músico muçulmano e uma fisioterapeuta judia, ambos não praticantes, que namoram escondido de suas famílias. Mas a moça engravida e eles se vem obrigados a assumir o romance.
Indicado ao César de Melhor Primeiro Filme. Roschdy Zem está no elenco de Dias de Glória.
PAI, FILHOS & ETC
(Père et fils), de Michel Boujenah (França-Canadá, 2003. 95 min. 12 anos)
César de Melhor Primeiro Filme
Primeiro filme como diretor do ator tunisiano Michel Boujenah, que trabalhou em 37 títulos, numa carreira iniciada em 1980, entre eles o grande sucesso do cinema francês dos anos 1980, Três Homens e um Bebê (1985), de Coline Serreau.
Em Pai, Filhos e Etc, rodado no Canadá, o genial Phillipe Noiret ao completar 70 anos finge uma grave doença com o objetivo de reconciliar os três filhos que vivem em constante desavença.
AS RUAS DE CASABLANCA
(Ali Zaoua, Prince de la Rue), de Nabil Ayouch (França/Bélgica/Marrocos, 2000. 90 min.16 anos)
O filme conquistou 20 premiações em festivais internacionais e foi distribuido em diversos países, tornando-se o maior êxito da carreira do parisiense Nabyl Ayouch, filho de pai marroquino e mãe francesa.
As Ruas de Casablanca mistura cenas de animação com algumas passagens violêntas para narrar as aflições que atingem uma gang de meninos de rua do porto da capital do Marrocos quando um dos integrantes do grupo é assassinado.
SAMIA
(Samia), de Philippe Faucon (França, 2000. 73 min. Livre)
No seu quarto longa-metragem, o marroquino radicado na França inicia a inserção da cultura árabe em sua obra: Samia tem 15 anos e é a sexta das oito filhas de um casal de imigrantes argelinos que vive em Marselha. Inconformada com a educação tradicionalista que recebe e amargando um fracasso escolar, inicia um romance secreto.
VIZINHOS E VIZINHAS
(Voisins, Voisines), de Malik Chibane (França, 2005. 90 min. Livre)
O cotidiano dos moradores de um prédio num subúrbio parisiense habitado principalmente por imigrantes, serve de inspiração para um novo morador, um cantor de rap.
O diretor nasceu na França e é filho de imigrantes argelinos.
DOCUMENTÁRIOS
ALIÁS, DERRIDA
(D'ailleurs, Derrida), de Safaa Fathy (França, 1999, 70 min. 10 anos)
Documentário sobre Jacques Derrida filmado pela cineasta egipcia com locações na França, Estados Unidos, Espanha e Argélia, país onde o filósofo francês nasceu e passou a adolescência.
CUBA FELIZ (20)
(Cuba Feliz), de Karim Dridi (França-Cuba, 2000. 93 min. 14 anos)
Participou da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.
Ao apresentar Cuba Feliz em Cannes, Karim Dridi, filho de pai tunisiano e mãe francesa, nascido em Tunis e radicado na França, contava então com dois longas no currículo.
Cuba Feliz segue Miguel del Morales, cantor popular conhecido por El Gallo, 76 anos na época da filmagem, por uma viagem ao interior do país. Os companheiros de El Gallo em cena são talentos igualmente anônimos que vivem a música nas calçadas e becos cubanos.
NÓS E OS OUTROS, UM RETRATO DE EDWARD
(Selves and Others, un Portrait d'Edward Said), de Emmanuel Hamon (França, 2002. 52 min. Livre).
Retrato do importante intelectual palestino filmado pouco antes de sua morte. Said fala de suas origens e formação e define sua posição no conflito entre Israel e Palestina.
RACHEL (Rachel), de Simone Bitton (França/Bélgica, 2009. 100 min. 14 anos). (22)
A premiada documentarista marroquina Simone Bitton, nascida em 1955, investiga a morte de Rachel Corrie, pacifista americana de 23 anos, ao tentar impedir a destruição de casas de palestinos na faixa de Gaza.
CURTAS
BEYROUTH, O PREÇO DA INOCÊNCIA
(Beyrouth, après-rasage),de Hani Tamba (França/Líbano/Romênia, 2004. 27 min. Livre).
César de Melhor Curta-Metragem
Rico morador de Beirute pede para ser atendido em casa por um barbeiro que perdeu seu salão durante a guerra e agora trabalha na rua.
O cineasta libanês dirigiu também o longa Un Chanson Dans la Tête, de 2008.
É DOMINGO
(C'est Dimanche), de Samir Guesmi (França, 2008. 30 min. Livre).
Garoto é expulso do colégio e esconde da família.
Samir Guesmi, nascido em Paris em 1967, é um disputado ator de cinema de ascendência árabe.
FIQUE TRANQÜILO
(Be Quiet), de Sameh Zoabi (França, 2005. 19 min. Livre).
Prêmio Cinefondation no Festival de Cannes.
Relação entre pai e filho é afetada pela realidade da região palestina em que vivem.
Zoabi estreou nos longas em 2010 com Ish Lelo Selolari.
O NOVELO DE LÃ
(La Pelote de laine), de Fatma Zohra Zamoun (França, 2005. 14 min. Livre).
O cotidiano de uma imigrante e seus dois filhos, num subúrbio de Paris, no início dos anos 1970, que ficam trancados em casa quando o marido sai para trabalhar.
O PRIMEIRO NATAL
(Premier Noel), de Kamel Cherif (França/Tunísia, 1999. 15 min. Livre).
No início dos anos 1960, um pequeno tunisiano chega a Paris e descobre Papai Noel e suas histórias.
Kamel Cherif é ator com 21 produções no currículo e assinou dois premiados curtas.
UNIDOS PELA FRANÇA
(L'Ami y'a bom), de Rachid Bouchareb (França, 2004. 9 min. Livre).
Em 1940, o senegalês Aby é convocado a lutar pela França na Segunda Guerra Mundial. Rara incursão de um diretor já consagrado na animação.
RETROSPECTIVA ABDELLATIF KECHICHE
A CULPA DE VOLTAIRE
(La Faute à Voltaire), de Abdellatif Kechiche (França, 2000. 130 min. 12 anos)
Prêmio Luigi de Laurentiis (Melhor Filme de Estreia) no Festival de Veneza.
Abdellatif Kechiche, tunisiano criado em Nice, começou no cinema como ator. Estreou na direção de longas metragens com A Culpa de Voltaire, que conquistou sete premiações internacionais.
No filme, Jallel se instala clandestinamente em Paris com um otimismo digno do célebre personagem de Cândido, de Voltaire. Mas da Cidade Luz, o jovem tunisiano ilegal conhecerá não apenas os centros para desabrigados e imigrantes mas também o calor e a solidariedade dos excluídos.
A ESQUIVA (L’Esquive), de Abdellatif Kechiche (França, 2003. 117 min. 12 anos)
César de Melhor Diretor, Filme e Atriz Iniciante (Sara Forestier)
Os alunos de um colégio da periferia parisiense preparam a montagem de uma peça como trabalho de fim de ano e um dos estudantes, descendente de muçulmanos apaixonado pela colega loura de olhos verdes que vai interpretar o papel principal, ainda que tímido e inseguro, pede para integrar o elenco. A peça encenada, não por acaso, é de Marivaux (1688-1763), autor clássico francês conhecido por dar destaque aos camponeses, empregados e outros serviçais em suas tramas.
Os atores não profissionais foram recrutados entre os habitantes de Saint Denys, periferia de Paris e impressionam pela força e sinceridade das interpretações. O resultado foi um sucesso de público e crítica.
O SEGREDO DO GRÃO
(La Graine et le Mullet), de Abdellatif Kechiche (França, 2007. 151 min. 12 anos)
Prêmios da Crítica Internacional, Especial do Júri, Melhor Atriz Iniciante (Hafsia Herzi) no Festival de Veneza.
César de Melhor Diretor, Filme, Roteiro e Atriz Iniciante (Hafsia Herzi)
A emocionante trajetória de um imigrante numa cidade litorânea francesa que, próximo dos 60 anos e temendo o desemprego, reúne toda a família para reformar um velho barco e abrir nele um restaurante para servir o prato típico de seu país natal, o cuzcuz.
VÊNUS NEGRA
(Vénus Noire), de Abdellatif Kechiche (França-Bélgica, 2010. 159 min.16 anos)
Mostra Competitiva do Festival de Veneza.
O quarto longa-metragem de Kechiche é seu primeiro filme de época e também o primeiro a basear-se num caso real - a história de Saartjes Baartman, sul-africana negra que no começo do século 18 foi exibida - e humilhada e ultrajada - em circos, feiras e salões aristocráticos de Londres e Paris como uma aberração devido a sua anatomia.
RETROSPECTIVA RABAH AMEUR-ZAIMÈCHE
WESH, WESH, O QUE FOI?
(Wesh Wesh, qu'est-ce qui se passe?), de Rabah Ameur-Zaimèche (França, 2002. 83 min. 14 anos)
Prêmio Wofgang Staudte no Festival de Berlim
Kamel, filho de imigrantes argelinos, passa cinco anos preso por tráfico de drogas e, após ser solto, volta a morar com a família no subúrbio perto de paris onde cresceu. Apesar da ajuda dos amigos e da família, não tem sucesso nas suas tentativas de conseguir trabalho e levar uma vida normal.
Cineasta autodidata com estudos em psicologia e sociologia e ex-proprietário de uma empresa de transportes em Paris, Rabah Ameur-Zaimèche conhece bem o quê retratou em Wesh, Wesh, o que foi?: o realizador emigrou com a família para a França aos dois anos de idade e sempre morou em banlieus, os conjuntos habitacioniais das periferias das cidades francesas.
POVOADO NUMBER ONE
(Bled Number One), de Rabah Ameur-Zaïmeche (França/Argélia, 2006. 100 min. 12 anos)
Prêmio da Juventude no Festival de Cannes.
Com apenas três longas no currículo - o quarto será lançado em janeiro de 2012 -o argelino Rabah Ameur-Zaimèche já é considerado um dos mais expressivos cineastas de origem magrebina dentre os em atividade na cena francesa atual. Este seu segundo longa retoma Kamel, o personagem principal do filme de estreia, Wesh, Wesh o que Foi?, ambos interpretado pelo próprio Zamèche. Se no primeiro Kamel tinha saído da prisão e voltava para o banlieu onde cresceu, agora, deportado pelo governo francês, perambula pela Argélia natal em busca da aldeia onde nasceu
O ÚLTIMO REDUTO
(Dernier Maquis), de Rabah Ameur-Zaimèche (França-Argélia, 2008. 93 min. 12 anos)
Pequeno empresário muçulmano constrói mesquita na sua empresa para os funcionários, todos também da mesma religião. Mas a indicação de um homem de sua confiança para ser o imã provoca descontentamento.