quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

COMEÇA ESTE FIM DE SEMANA VENDA DE INGRESSOS PARA SHOW DE CHICO BUARQUE NO RIO E EM SÃO PAULO


Compositor apresenta canções do novo disco e percorre em repertório 45 anos de carreira

Começam a ser vendidos neste fim de semana os ingressos para os shows de Chico Buarque no Rio e em São Paulo. O compositor fará quatro semanas de apresentações em cada cidade, sempre de quinta a domingo: de 5 a 29 de janeiro no Vivo Rio (RJ), e de 1 a 25 de março no HSBC Brasil (SP).

A venda de ingressos para as récitas cariocas da turnê acontecem a partir do dia 10 de dezembro, sábado; para as de São Paulo, no dia seguinte, domingo.

O SHOW

As temporadas de Chico Buarque no Rio de Janeiro confundem-se com o verão carioca: há cinco turnês, ele estreia seus shows na cidade sempre na primeira semana de janeiro. Foi assim com Francisco (1988), Paratodos (1994), As Cidades (1999), Carioca (2007) e novamente agora com Chico, que tem como base o disco homônimo lançado pelo artista em julho de 2011.

Ausente dos palcos desde 2007, Chico Buarque estreou a nova turnê no início de novembro, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Além das dez faixas do novo CD, que dá título ao show, ele interpreta ainda mais 18 canções de diversos momentos de sua carreira, do início dos anos 60 até hoje. O roteiro as amarra meticulosamente, seja por afinidades musicais ou temáticas.

A abertura do espetáculo fica por conta de duas composições diretamente relacionadas às suas incursões pela literatura. Enquanto Velho Francisco (do álbum Francisco, de  1978) serviu de inspiração para o seu livro mais recente, Leite Derramado – vencedor do Prêmio Jabuti em 2010 –, De volta ao samba (Paratodos, 1993) marcou o fim de um de seus muitos jejuns musicais, quando ficou longe dos refletores por dois anos para se dedicar ao seu primeiro romance, Estorvo, de 1991. 

Músicas que não eram apresentadas por Chico havia muito tempo também integram o novo show, como Anos dourados (parceria com Tom Jobim), Desalento (com Vinicius de Moraes), Geni e o Zepelim, e ainda outras pouco conhecidas do grande público, como Ana de Amsterdam, composta para a peça Calabar – o elogio da traição (1972), Baioque, do filme Quando o carnaval chegar (1972), e A Violeira, também feita para a trilha de um longa, Para viver um grande amor (1983).

Na parte central do show, o artista enfileira uma sequência de músicas românticas, que se inicia com Essa pequena, Tipo um baião, Se eu soubesseSem você 2, todas do novo álbum, e termina com as clássicas Bastidores, Todo o sentimento, O meu amor e Teresinha. 

Os músicos que acompanham Chico Buarque na turnê – a sexta em 36 anos – são os mesmos dos últimos shows. O maestro e violonista Luiz ClaudioRamos, fiel parceiro há 39 anos, rege o time formado por João RebouçasBia Paes Leme (teclados e vocais), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (piano), (flauta e sopros). 

A equipe que atua nos bastidores, por sua vez, é composta por Vinícius França (produção geral), Helio Eichbauer (direção de arte e cenários), Maneco Quinderé (iluminação), Cao Albuquerque (figurinos) e Ricardo Tenente Clementino (direção técnica).

O cenário reproduz em dimensões gigantes um desenho de Oscar NiemeyerA Mulher Nua) e duas pinturas de Cândido Portinari (O Bloco CarnavalescoO Circo), além de uma escultura móvel de uma Fita de Möbius, objeto topológico utilizado em estudos matemáticos. O palco é iluminado por projeções que interagem com a cenografia e os músicos, cujos figurinos são inspirados nas cores das telas.

Lançado em julho de 2011, a partir de uma estratégia inédita de comercialização no site www.chicobastidores.com.br, o CD Chico já alcançou a marca de mais de cem mil cópias vendidas. A página permanece sendo o canal de comunicação oficial do artista com o público durante a temporada de shows (com informações sobre datas, locais das apresentações, horários, venda de ingressos etc.).

Desde 1991, quando escreveu seu primeiro romance, Estorvo, Chico vem se alternando entre a música e a literatura. Se a música influenciava o escritor em início de carreira, determinando o ritmo de sua narrativa, agora ocorre o caminho inverso. Esse é o seu trabalho musical onde se percebe mais nitidamente a influência da literatura em suas canções.

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