terça-feira, 6 de dezembro de 2011

MONICA BARKI - ARQUIVO SENSÍVEL

Exposição retrospectiva em dezembro no Museu Nacional de Belas Artes e publicação de livro documentam a trajetória de 30 anos da artista.

Os 30 anos de trajetória da artista plástica carioca Monica Barki serão comemorados com uma grande exposição retrospectiva no Museu Nacional de Belas Artes a partir do dia 8 de dezembro e no livro homônimo, Monica Barki – Arquivo Sensível, que será lançado também em dezembro  pela Aeroplano Editora.

Com Curadoria de Luiza Interlenghi e organização do produtor de arte Paulo Branquinho, a mostra contará com 127 trabalhos abrangendo todas as fases da carreira de Monica Barki: desenhos, estudos com colagem, gravuras, pinturas, assemblages, ensaios fotográficos, vídeos e máquinas em diferentes técnicas e dimensões.

Junto a trabalhos conhecidos somam-se seis desenhos inéditos que integram a série mais recente de Monica, iniciada em agosto de 2009. “Continuo trabalhando o tema das mulheres. Hoje elas estão mais preocupadas em se fortalecer... até fisicamente”, diz a artista.

Constarão obras de diversas séries expostas anteriormente em mostras individuais como: Lady Pink et ses garçons (2010); Bobinas (2004); Ana C. e outras histórias (2006); Colarobjeto (2000/2001); Pintura & Caixa-objeto (1997) e Álbum de Família, litografias (1982).

“É interessante olhar para trás e perceber como meu trabalho é ligado à minha vida. Arte para mim é uma necessidade vital e através dela digo o que é preciso”, resume a artista.

A exposição conta com o patrocínio do Banco BTG Pactual (através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura) e Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro.

Livro apresenta 140 reproduções de obras da artista

Além da mostra retrospectiva, Monica Barki irá lançar seu primeiro livro, com o registro de sua trajetória de 30 anos de trabalho. A publicação conta com 140 reproduções de obras produzidas desde o início de sua carreira, em 1982, até os dias atuais.

Em edição bilíngüe, o livro reúne grande parte do acervo de Barki e obras de colecionadores e conta com ensaios críticos de oito autores selecionados. O texto de apresentação é da crítica e curadora Luiza Interlenghi. A biografia é assinada pela jornalista e escritora Cleusa Maria. Participam ainda os críticos e professores Agnaldo Farias, Mauro Trindade, Frederico Morais, Fernando Cocchiarale, Lauro Cavalcanti e Elvira Vigna.

O livro fala de uma trajetória assimétrica de 30 anos de carreira da artista. Suas obras remetem à cultura popular, literatura de cordel, à educação burguesa, erotismo, à condição feminina, entre outros temas. Fazem parte produções nunca expostas e também inéditas, como a continuação da série Lady Pink et ses garçons, na qual aparecem mulheres dominadoras que subjugam o homem como objeto de prazer. “Essa série é uma homenagem a mulher desse novo século, a mulher que tomou uma atitude sábia e conseguiu se libertar rompendo as barreiras que lhe foram impostas desde que o mundo é mundo. São trabalhos realizados com diversos tipos de lápis, crayon, pastel seco e oleoso e eu me inspirei no YouTube ”, explica a artista.

Sobre a série em questão, o professor de história da arte Mauro Trindade explica em seu texto: “...Em sutis deformações anatômicas, o desenho meticuloso de Monica Barki focaliza a mulher vencedora, guerreira, em ringues de telecatch ou em seu duplo simbólico, prostíbulos e alcovas. Assim, Monica subverte o olhar sobre a condição feminina, uma questão recorrente em sua produção. A lógica de dominação é invertida, com lutadoras submetendo e humilhando o masculino sob corpos sobre-humanos, com deboche e abundância. A supremacia feminina tem dimensão biográfica e sociológica. E artística também”.

SOBRE A ARTISTA

Nascida no Rio de Janeiro em 1956, Monica Barki entrou para o mundo das artes aos 12 anos, matriculada no Ateliê Infantil de Ivan Serpa. De lá para cá, não parou mais. Apresentou suas obras em 29 mostras individuais e cerca de 100 coletivas, no país e no exterior, incluindo participação na Bienal Internacional de São Paulo, em 1991. Suas obras se encontram nas coleções do Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte), Museus Castro Maya (Rio de Janeiro), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (coleção Gilberto Chateaubriand), Museu de Arte Moderna (São Paulo), Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), Museu de Arte Contemporânea do Paraná (Curitiba), Itaú Cultural (São Paulo), Museu de Arte Contemporânea de Niterói (coleção João Sattamini), Museu de Arte Contemporânea / Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Fortaleza), entre outras.

SOBRE A EXPOSIÇÃO

Monica Barki – Arquivo Sensível

Museu Nacional de Belas Artes (Avenida Rio Branco, 199, Centro).
Abertura: quinta, 08 de dezembro, às 18:30 horas
Período: de 9 de dezembro de 2011 a 29 de janeiro de 2012.
Visitação: 3ª a 6ª, das 10h às 18h; Sab., dom. e feriados, das 12h às 17h.
Ingressos: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia).
Entrada grátis aos domingos.
Curadoria: Luiza Interlenghi
Produção: Paulo Branquinho

SOBRE O LIVRO

Monica Barki – Arquivo Sensível

LANÇAMENTO: dia 19 de dezembro, às 19h, na Livraria da Travessa (Ipanema). 

Publicação: Editora Aeroplano
Edição bilíngüe: português e inglês
Textos: Monica Barki, Luiza Interlenghi, Cleusa Maria, Agnaldo Farias, Mauro Trindade, Frederico Morais, Fernando Cocchiarale, Lauro Cavalcanti e Elvira Vigna.
Produção: Paulo Branquinho
Projeto gráfico: João Modé

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