terça-feira, 5 de abril de 2011

LEITURA E CONHECIMENTO PARA OS DEFICIENTES VISUAIS


No próximo dia 8 de abril, o Brasil comemora o Dia Nacional do Braille. A data é uma homenagem a José Álvares de Azevedo, pioneiro no ensino para cegos no país. Sistema Braille possibilita a leitura para adultos, jovens e crianças com deficiência visual

O prazer dos livros e da literatura está ao alcance de crianças, adolescentes e adultos com deficiência visual graças ao sistema de escrita e leitura, por pontos em relevo, criado em 1825 pelo francês Louis Braille. Além da conquista da alfabetização, para a pessoa cega o braille significa acesso ao conhecimento científico, literário, filosófico, tecnológico e, acima de tudo, a inclusão na sociedade, pois a falta de acessibilidade foi o que sempre comprometeu a capacidade de interpretação e atitudes dos deficientes visuais ao longo da história.

Segundo Maria Glicélia Alves, pedagoga da Fundação Dorina Nowill para Cegos, a falta de informação é ainda o principal problema em relação ao Braille. Muitos professores acham que é simples ensinar o braille a um aluno cego. No entanto, a alfabetização com esse sistema tem suas especificidades, e o professor, para realizar essa tarefa com êxito, tem de buscar ajuda, explica a especialista.

A Fundação Dorina oferece para a criança e o jovem com deficiência visual o Programa de Educação Especial, um serviço especializado que oferece condições favoráveis ao seu processo de desenvolvimento, incentivando sua aprendizagem e inclusão em escolas regulares por meio de aulas de braille, orientação e mobilidade, atividades da vida diária, entre outros atendimentos terapêuticos.

Baseado na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos o Sistema Braille permite a formação de 63 caracteres diferentes, que representam as letras do alfabeto, números, simbologia aritmética, musicografia e, recentemente, da informática. Esse sistema se adapta a leitura tátil, pois os pontos em relevos devem obedecer à medida padrão, e a dimensão da cela braille deve corresponder à unidade de percepção da ponta dos dedos.

Natural de Coupvray, pequena aldeia a leste de Paris, Louis Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809. Ficou cego em 1812, aos três anos, após se acidentar na oficina do pai. Ao tentar perfurar um pedaço de couro com uma sovela, aproximou-a do rosto, e acabou por ferir o olho esquerdo. A infecção se expandiu e atingiu o outro olho, deixando-o completamente cego. Para desenvolver um sistema de leitura e escrita para pessoas cegas, ele utilizou como base o sistema de Barbier, utilizado para a comunicação noturna entre os soldados do exército francês. Em 1837, Louis Braille apresentou a versão final do sistema que, embora tenha levado algumas décadas para ser aceito na França, antes do final do século XIX já havia se difundido pela Europa e por outras partes do mundo.

Dia Nacional do braille - A partir de 2011. a lei nº 12.266, de 21 de junho de 2010, da autoria do Senador Flávio Arns, fixa a data 8 de abril como o Dia Nacional Braille, método que propicia educação, habilitação, reabilitação e profissionalização para a pessoa cega.

A data foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento de José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego brasileiro. Cego desde o nascimento, ele estudou o método em Paris. De volta ao Brasil, passou a ensiná-lo e a difundi-lo, e recebendo o título honorífico de "Patrono da Educação dos Cegos no Brasil".

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