Clássico do repertório romântico completa 170 anos.
Giselle é apontada como a mais popular personagem de ballet clássico em todo o mundo e sonho de praticamente toda aspirante à bailarina. Clássico do repertório mundial, o grandioso balé homônimo, com 52 personagens, completa 170 anos e ganha o palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, a partir do dia 15 de abril para abrir a temporada 2011 de Ballet com um total de oito apresentações. Encenada por algumas das maiores companhias internacionais, a versão assinada pelo coreógrafo inglês Peter Wright integra o repertório do Ballet do Theatro Municipal desde 1982. No papel-título, revezam-se as bailarinas Claudia MotaMárcia Jaqueline. Filipe Moreira e o inglês Robert Tewsley, artista convidado, se alternam no papel de Albrecht. À frente da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal estará o maestro Silvio Viegas. O ballet conta com direção e mis-en-scène de Desmond Kelly. A direção artística do BTM é de Hélio Bejani.
“Escolhemos para iniciar a temporada de ballet uma das mais representativas obras do gênero, sempre muito aguardada pelo público e que mantém enorme popularidade quase dois séculos depois de sua criação”, destaca a presidente da Fundação TMRJ, Carla Camurati.
Criado em 1841, ‘Giselle’ foi a segunda obra dentro do estilo romântico, precedida por ‘La Sylphide’, de 1832. Trata-se de uma tragédia envolta numa atmosfera misteriosa e sobrenatural, que está na origem do Movimento Romântico. É uma obra que vem encantando o público há mais de um século e meio, e constitui-se em um ponto de referência na história da dança.
‘Giselle’ nasceu a oito mãos: do escritor Theóphile Gautier, do libretista Vernoy de Saint-Georges e da vivência dos coreógrafos Jean Coralli e Jules Perrot. A obra reflete uma nova estética e um novo conceito cênico: o drama-ballet, em que elementos do teatro se harmonizam com a dança. O resultado é um ballet suave e ousado, em acentuados contrastes, que contrapõem o primeiro ao segundo ato. De um lado, o realismo do cotidiano. Do outro, seres incorpóreos e imateriais. A música foi composta por Adolphe Adam em apenas três semanas. Em 1965, o coreógrafo inglês Peter Wright criou a versão de Giselle que se tornaria uma das mais encenadas da atualidade, integrando o repertório das maiores companhias clássicas do mundo como o Royal Ballet, Royal Birmingham Ballet, Ballet de L´Opera de Paris, American Ballet Theater e o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, entre outros.
“O ballet Giselle mostra nossa companhia dentro de uma de suas principais características; a emoção através da técnica, mostrando não apenas o virtuosismo e a beleza das formas, mas principalmente a fluidez da dança e a poesia do corpo. Proporciona aos nossos bailarinos a oportunidade de evidenciar o papel primordial da expressão facial, para além da gestualidade, na comunicação das diferentes emoções dos personagens e enfatizar a interpretação, sem palavras, como ferramenta principal para fazer o público compreender a história e comover-se com ela”, resume Hélio.
Para o maestro Silvio Viegas, o ballet exige desafios diferentes da regência: “O balé é uma realidade para o maestro tão incomum quanto a ópera. Existe uma flutuação, um ritmo próprio. O guia ainda é a música, mas o maestro precisa acompanhar o ritmo do corpo do bailarino, buscando a todo tempo a expressão entre esses dois grandes signos que são a música e a dança.”
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