terça-feira, 18 de outubro de 2011

Evento com capoeira angola, jongo e première do filme “Fly Away Beetle” celebra cultura negra na Zona Portuária


Kabula Rio e Centro Cultural Pequena África resgatam a memória afro-carioca com um dia de atividades no Largo de S. F. da Prainha.

Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2011 – A história e a cultura negra encravadas nas ruas, calçadas e casarões da Zona Portuária do Rio de Janeiro será revivida através de um grande evento no próximo dia 22 de outubro (sábado), no Largo de São Francisco da Prainha, na Praça Mauá. Capoeira angola, jongo, comida típica e a première do filme “Fly Away Beetle” (“Voe Longe Besouro”) compõem a programação do encontro “Pequena África - 100 anos de Cultura Negra”, promovido de forma conjunta pela escola de capoeira angola Kabula Rio e pelo Centro Cultural Pequena África (CCPA). O acontecimento celebra a cultura afro-carioca e o centenário do nome Pequena África, cunhado por Heitor dos Prazeres à região que tinha a maior concentração de escravos negros africanos e seus descendentes entre 1850 e 1920. 

Hoje, essa região compreende os bairros de Gamboa, Saúde, Santo Cristo, os Morros da Providência, do Pinto e da Conceição e a Praça Mauá, incluindo a Pedra do Sal e a Rua Marechal Floriano (antiga Rua Larga). Naqueles anos, a região era habitada majoritariamente por negros africanos e seus descendentes brasileiros. Entre os frequentadores da Pequena África, destacam-se Machado de AssisPixinguinhaHeitor dos PrazeresAniceto do Império, SinhôDongaJoão da Baiana, Tia Ciata e o babalorixá João Alabá.

O objetivo do Kabula e do CCPA com essa iniciativa é resgatar e celebrar o patrimônio imaterial da cultura popular presente nessa região, através das diversas manifestações culturais afro-brasileiras encenadas em seu próprio ambiente. Ambos situados no Largo de São Francisco da Prainha, o CCPA e o Kabula Rio se inspiraram nos inúmeros artefatos arqueológicos que estão sendo encontrados na região da Pequena África pelos operários das obras de escavações doProjeto Porto Maravilha.

No início do século passado, a Pequena África foi uma das regiões mais importantes para a cultura popular carioca. O cais do porto e a estiva foram redutos de capoeiristas, malandros, heróis, reis e rainhas da folia. Negros e mestiços na sua maioria, que viveram numa época de ebulição cultural e social, esses personagens, muitas vezes eram sambistas ou respeitados praticantes dos batuques e das religiões afrobrasileiras.

O evento “Pequena África - 100 anos de Cultura Negra” começa às 10h e se estende ao longo do dia. A abertura será com a “Roda de conversa: Pequena África – memória e cultura Afro-Brasileira no Largo da Prainha”, que contará com o radialista, jornalista, compositor e passista Rubem Confete e outros especialistas em cultura negra – Délcio Teobaldo (TV Brasil), Damião Braga (Arqpedra - Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal), Celina M. R. de Almeida (Ialorixá e membro do CCPA) e Tânia Andrade Lima (Arqueóloga, UFRJ). A seguir, haverá uma oficina de capoeira angola, com os mestres José Carlos,Neco e Armando. O almoço será um caldo de feijão amigo e à tarde haverá apresentação de jongo com o grupo Um Bando, do falecido Mestre Messias do Jongo, que será homenageado. A partir das 18h30 haverá a première do filme “fly Away Beetle”. O documentário apresenta três mestres de renome mundial – Olavo dos Santos, Boca Rica e Cobra Mansa, falando sobre as condições opressivas durante e após a escravidão que moldaram a arte da capoeira.



‘Pequena África - 100 anos de Cultura Negra’
Local: Centro Cultural Pequena África, Largo de São Francisco da Prainha, nº 4/sobrado, Praça Mauá
Data: 22 de outubro de 2011
Horário: de 10h às 19h
Atividades: palestra, oficina de capoeira angola, almoço, roda de capoeira e show de música.
Valores:
·  Palestra – Gratuita
·  Oficina com três mestres – R$ 35,00. Também dá direito a almoço e show de jongo com o grupo Um Bando.
·  R$ 15,00 – Apenas o show de música com o grupo Um Bando.
·  R$ 8,00 – Apenas o caldo de feijão.
·  Exibição do documentário “Fly Away Beetle” - Gratuita
Inscrições com antecedência
Pagamento antecipado através de depósito bancário:
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 0175
Operação (Poupança): 013
Conta: 00436640-3
Nome: Carlo Alexandre Teixeira da Silva
contato: info@kabula.org | (21) 9786-9955
Enviar e-mail com nome e cópia do depósito bancário para info@kabula.org ou apresentar o comprovante na chegada ao evento.

Programação:
  • 10h - Inscrições
  • 10h30 - Roda de conversa: Pequena África – memória e cultura Afro-Brasileira no Largo da Prainha. Convidados: Rubem Confete (Radiobrás e CCPA), Délcio Teobaldo (TV Brasil), Damião Braga (Arqpedra), Celina M.R. de Almeida (Ialorixá, CCPA) e Tânia Andrade Lima (Arqueóloga, UFRJ).
  • 11h15 - Oficina intensiva de capoeira angola, com os mestres José CarlosNecoArmando, com assistência de mestre Carlão e contramestre Leandro. Cada um dos três mestres terá 30 minutos para ensinar uma movimentação de Capoeira Angola. No final da oficina será montada uma única sequência reunindo a movimentação demonstrada por cada Mestre.
  • 13h - AlmoçoCaldo de Feijão Amigo.
  • 14h - Roda de Capoeira no Largo da Prainha. A roda será realizada próximo à Pedra do Sal, ponto de bambas e da nata da cultura popular carioca do século passado. Por essa razão, pedimos a todos para que venham para a Roda vestidos de roupas casuais, e não de uniformes de capoeira, de forma a caracterizar uma roda como as que eram realizadas no início do século passado. As roupas que caracterizem as diversas referências da capoeira no passado são bem vindas. Em caso de mal tempo a roda será realizada na sede do CCPA, no Largo da Prainha.
  • 16h - Grupo Um Bando. No repertório, as composições do Mestre Messias do Jongo numa homenagem póstuma ao saudoso músico, violeiro, professor de música, poeta e pintor.
Grupo Um Bando: Marcelo Lopes (viola), Lars Hokenberg (acordeão), Luciano Cintra (baixo), Marcelo Aragão (violão) e Pedro Lima (percussão). 
18h30 – “Fly Away Betlee” (“Voe Longe Besouro”) – Première do filme.  O documentário apresenta três mestres de renome mundial – Olavo dos Santos, Boca Rica e Cobra Mansa, falando sobre as condições opressivas durante e após a escravidão que moldaram a capoeira. O filme tece a história dessa arte, através de entrevistas, imagens antigas e raras, e de exposições modernas do jogo, fazendo conexões com a escravidão, o candomblé e a magia.


Sobre o Kabula:
Somos uma escola de capoeira angola, criada em 2004 pelo mestre Carlo Alexandre (mestre Carlão), com sede em Londres e no Rio de Janeiro. Além de ensinar a arte da capoeira, transmitimos a história, a filosofia e o conhecimento preservados pelas formas tradicionais dos saberes popular. Movimento e pensamento integrados fazem parte da missão do Kabula, que enfoca a transformação do ser humano através do conhecimento e da prática de nossas raízes ancestrais. Assim, a capoeira ganha ainda mais força enquanto ferramenta de transformação social e cultural.

O Kabula busca, através de pesquisa e vivência das tradições orais e rítmicas, aquilo que há de mais antigo e enraizado nas culturas do Brasil. Nossa intenção é disseminar essa arte através de aulas e oficinas de capoeira, além de integrá-la em outras artes, como a participação em filmes e peças. Também buscamos estabelecer relações com outras tradições e ritmos afro-brasileiros como, o samba, o jongo, o candomblé, o frevo, o maracatu, através do intercâmbio com outros grupos.
Mais Informações: www.kabulario.com e www.kabula.org


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