Apresentações acontecem no Teatro Carlos Gomes. Um dos balés terá ingressos a R$ 1,00.
Um dos grandes coreógrafos de sua geração, parceiro artístico de nomes mundialmente famosos (como Juliette Binoche e Anish Kapoor) e Membro da Ordem do Império Britânico desde 2005 por sua contribuição à dança no Reino Unido, o inglês Akram Khan pisará em solo brasileiro pela primeira vez com a sua companhia e apresentará duas de suas montagens mais recentes no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. No dia 16 de outubro, às 20h, o tradicional palco da Praça Tiradentes recebe ‘Vertical Road’ (ingressos a R$ 20), espetáculo de balé contemporâneo que rendeu ao londrino de ascendência bangladeshiana o The Age Critics Award de Melhor Trabalho Original no Melbourne Arts Festival, em 2010. No dia 18, Khan mostra o igualmente premiado ‘Gnosis’, vencedor do South Bank Sky Arts Award no ano passado, uma encenação intimista em que retorna às suas raízes na dança clássica indiana. Esta segunda montagem será apresentada dentro do projeto ‘7 em ponto’, iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, que acontece sempre às terças-feiras, às 19h, com ingressos a R$ 1,00, com a proposta de difundir música, artes cênicas, poesia, dança e literatura a preços populares.
Akram Khan começou a dançar aos sete anos de idade e logo passou a estudar o Kathak, um estilo tradicional da Índia, com o renomado bailarino e professor Sri Pratap Pawar. No início dos anos 90 fez suas primeiras demonstrações solo, fundindo o gênero em que se especializou com a dança moderna. Em agosto de 2000, inaugurou, junto com o produtor Farooq Chaudhry, a sua própria companhia: a Akram Khan Dance Company. Entre seus trabalhos anteriores, destacam-se ‘In-I’ (2008), um dueto com a atriz vencedora do Oscar Juliette Binoche, ‘Bahok’ (2008), com o Balé Nacional da China, ‘Ma’ (2004), com texto de Hanif Kureishi e ‘Kaash’ (2002), com direção de arte de Anish Kapoor. O coreógrafo recebeu vários prêmios ao longo da carreira, como o prestigiado ISPA (International Society for the Performing Arts) de Artista Notável, em 2011, e o Helpmann de Melhor Coreografia e Melhor Bailarino (por Zero Degrees), em 2007.
Em ‘Vertical Road’, o coreógrafo reúne um elenco de oito artistas da Ásia, Europa e Oriente Médio. Com trilha musical especialmente encomendada ao compositor Nitin Sawhney, parceiro de longa data de Khan, o espetáculo busca inspiração na tradição Sufi e no poeta e filósofo persa Rumi. Ao explorar a natureza terrena dos seres humanos, seus rituais e as consequências de suas ações, transforma-se numa meditação sobre a jornada que leva da gravidade à leveza.
O balé ‘Gnosis’, cuja palavra em grego significa conhecimento, começa com Akram evocando motivos clássicos de três trabalhos anteriores: ‘Polaroid Feet’, ‘Tarana’ e ‘Unplugged’, onde segue por uma trilha de transformação e perseguição da ideia de “conhecimento interior”, se deparando com as batalhas resultantes do confronto de diversos aspectos do ser humano e do divino. No segundo ato, ele bebe de fontes antigas e modernas, recebendo no palco a participação especial da bailarina taiwanesa Fang-Yi Sheu. ‘Gnosis’ também busca inspiração no épico hindu Mahabharata, especialmente na história de Gandhari, esposa de um rei cego. Ela põe em si mesma uma venda permanente nos olhos a fim de compartilhar com o marido a mesma experiência de vida. Na montagem, ele surge acompanhado por um grupo de músicos de diversas nacionalidades.
A turnê da Akram Khan Dance Company no Brasil, que inclui também apresentações no Teatro Alfa, em São Paulo, nos dias 13, 14, 15 e 16, tem o apoio de The Rumi Foundation (www.rumifoundation.com).
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