terça-feira, 25 de outubro de 2011

Saxofonista e cantora holandesa Candy Dulfer encerra a Série Jazz All Nights 2011

5ª edição chega ao final em novembro com apresentações, em São Paulo e no Rio de Janeiro, da celebrada saxofonista e cantora holandesa Candy Dulfer.

Patrocinada pela Citroën e pelo Bradesco Seguros, com realização da Dell’Arte Soluções Culturais, a 5ª edição da Série Jazz All Nights chega ao final em novembro. Depois de trazer para os palcos do Rio de Janeiro e de São Paulo Bobby McFerrin, Branford Marsalis e Esperanza Spalding, a série se encerra com duas apresentações da celebrada saxofonista holandesa Candy Dulfer.

Lançada em 2007 para estabelecer uma nova plataforma de música para a cidade e fomentar a criação de novas plateias para o gênero, a Série Jazz All Nights rapidamente se solidificou como um dos principais eventos musicais calendarizados do país. Em seus cinco anos de existência, o evento já trouxe ao Brasil nomes do quilate de Toots Thielemans, Madeleine Peyroux, The Swingle Singers, Teresa Salgueiro, Freddy Cole, Dianne Reeves, Terence Blanchard, Arturo Sandoval, New Orleans Jazz Orchestra, Brad Mehldau, Jazz Orchestra of the Concertgebow e Preservation Hall Jazz Band.

A Série Jazz All Nights faz parte do Circuito Cultural Bradesco Seguros, que apresenta para o público brasileiro um calendário diversificado de eventos artísticos com espetáculos nacionais e internacionais de grande sucesso, em diferentes áreas culturais como dança, música erudita, artes plásticas, teatro, concertos de música, exposições, etc.

Candy Dulfer

A carreira de Candy Dulfer se desenvolveu de maneira muito rápida: ela pegou o saxofone pela primeira vez, em 1975, quando tinha apenas seis anos e, desde então, não parou mais de tocar. Natural de Amsterdam, Holanda, Candy cresceu em uma família musical. O pai, Hans Dulfer, era com saxofonista bastante conhecido no país. Ele fundou o Bimhaus, famoso clube de jazz inicialmente subsidiado pelo governo, como forma de promover as artes. Ironicamente Hans foi excluído da organização original por haver abraçado estilos que fugiam às fronteiras estritas do jazz tradicional. Ver seu pai estigmatizado pela mesma comunidade jazzística que ajudara a estabelecer teve um impacto profundo na jovem Candy.

“Naquela época, mesmo ainda muito jovem, senti-me traída pela cena de jazz holandesa — recorda Candy. Decidi que iria fazer as coisas do meu próprio jeito. Para começar eu tocaria R&B, pop, e o que mais me emocionasse. Posteriormente decidi de que forma todo o jazz que eu ouvira na infância se encaixaria no que eu estivesse fazendo. Na verdade nunca toquei aquela coisa de raiz. Achei que seria um excesso de purismo e de cerceamento.”

Quando tinha cerca de 14 anos ela formou sua própria banda, Funky Stuff (o nome já pode dar uma pista sobre a rebelião que ela empreendia contra os limitadores parâmetros do jazz tradicional). Cinco anos mais tarde, em 1988, quando gravou Saxuality — seu álbum solo de estreia — a unidade musical ainda se mantinha intacta. Lançado em 1990, Saxuality vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo e recebeu uma indicação para o Grammy. O imenso sucesso do disco levou a uma turnê mundial de Candy com o Funky Stuff, no início dos anos 1990. Mais de 20 anos se passaram e os álbuns solo posteriores — além de participações como convidada em álbuns de outros artistas — continuaram a levá-la a turnês ininterruptas.

Nesse meio-tempo Candy se apresentou com amigos em várias ocasiões. Participou do vídeo “Partyman” de Prince em 1990 e tocou com ele na trilha sonora de Graffiti Bridge, lançada no mesmo ano. Participou de várias turnês com o artista desde o final dos anos 90, inclusive na de Musicology em 2004. Também tocou com Prince em 3121, lançado em 2006. Outras colaborações incluíram, ao longo dos anos, Dave Stewart (Eurtythmics), Maceo Parker, Van Morrison, David Sanborn, Beyonce, Pink Floyd, Chaka Khan, Aretha Franklin, Blondie, Joey DeFrancesco e muitos outros. O quadro deixa claro que ela nunca se submeteria às limitações de um único gênero ou estilo.

“Acredito que uma das razões de minha carreira ter ido tão bem, se mantendo neste ritmo depois de tantos anos — confessa Candy — é porque eu faço essa mistura realmente estranha de toda música com a qual cresci, mesmo que ela eventualmente não faça sentido. Não tenho medo de colocar jazz e R&B na música que eu faço. Para algumas pessoas isto pode soar como loucura, mas há muitos que realmente gostam.”

Candy trouxe toda essa mistura para Candy Store, seu álbum de estreia no selo Heads Up International. Trata-se de uma fusão de R&B, pop, funk, hip-hop e música latina, para citar apenas alguns dos ritmos presentes, seguindo a fórmula que se amolda à filosofia de sua longa carreira: abordar diversos estilos para criar uma música altamente energética e positiva.

“Além do meu pai, fui uma das primeiras musicistas holandesas a realmente assumir isto e dizer. ‘Seja lá o que for’ — diz Candy. Nunca tocarei as formas americanas de música tão bem quanto os americanos, porque eles a inventaram. Mas posso pegá-las e combiná-las com o que eu sei da minha própria cultura e da minha própria bagagem, e fazer disto a música que eu acredito que seria a mais divertida.”

Em 2008 Candy recebeu a Harpa de Ouro, por sua imensa contribuição para a música holandesa. Em setembro do mesmo ano juntava-se ao grande astro Lionel Richie para quatro shows com o espetáculo Symphonica in Rosso, no Estádio Gelredome em Arnhem, Holanda.

O álbum Funked Up & Chilled Out foi lançado em maio de 2009 pela Heads Up, com uma grande turnê internacional. Este ano chegou às lojas seu 11º álbum , “Crazy”.


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