quarta-feira, 13 de julho de 2011

Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta a ópera Nabucco, de Verdi

Uma das mais grandiosas óperas de Verdi, “Nabucco” será apresentada pela 1ª vez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em sua versão integral.

Primeiro grande sucesso de Giuseppe Verdi, a ópera Nabucco retorna ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro – vinculado à Secretaria de Estado de Cultura – depois de 14 anos, para uma temporada de cinco apresentações, a partir de 21 de julho. Assinada por André Heller-Lopes, a nova montagem apresenta, pela primeira vez no Theatro Municipal, a partitura integral da obra, sem os chamados cortes de tradição – partes mais difíceis normalmente suprimidas da execução. A grandiosa produção, que envolve mais de 400 profissionais, será também a primeira desta obra com elenco inteiramente brasileiro, reunindo nomes de destaque na cena lírica nacional e internacional como a soprano Eliane Coelho, os barítonos Rodrigo Esteves e Rodolfo Giuliani; o baixo Sávio Sperandio; os tenores Marcos Paulo e Eric Herrero e a mezzo-soprano Denise Freitas. Nabucco contará com direção musical e regência do maestro Silvio Viegas, à frente da Orquestra e Coro do TMRJ, cenários de Renato Theobaldo, figurinos de Marcelo Marques e iluminação de Fábio Retti.

“É uma satisfação reunirmos grandes solistas brasileiros em uma das maiores obras do repertório operístico mundial”, comemora a presidente da Fundação TMRJ, Carla Camurati.

O carioca André Heller, que volta ao Theatro Municipal do Rio – a última produção dirigida por ele foi Idomeneo, de Mozart, em 2006 – optou por priorizar as relações humanas em sua concepção da obra nesta temporada que considera sua volta ao lar: “O que torna Nabucco atemporal é justamente o drama pessoal, que pode estar, por exemplo, nas vilanias de Zaccaria, que seqüestra, ameaça, faz tudo em nome da fé, uma intolerância religiosa que é inteiramente atual”, explica o diretor. Da mesma forma, os cenários de Renato Theobaldo e figurinos de Marcelo Marques evitam cópias fiéis do lugar e dos costumes da época em que se desenrola a trama: “É um cenário monumental, como pede a obra, mas que usa materiais inusitados que remetem ao relevo do lugar sem ser explícito”, esclarece André. “Os figurinos estão mais ligados à alta costura do que propriamente aos trajes assírios. A referência está presente na paleta de cores de tons turquesa”, completa.

Ópera grandiosa de Verdi, Nabucco é um drama lírico com libreto de Temistocle Solera dividido em quatro partes. A estreia em março de 1842, no Teatro alla Scala de Milão, foi um enorme sucesso, dando início a uma extensa turnê por vários teatros italianos e europeus. Nabucco revelou a veia passional de Verdi, e seu sucesso é derivado do impressionante poder evocativo de “Va´, Pensiero”, uma das mais famosas melodias de todos os tempos, em homenagem à saudade que o povo hebreu sentia de sua terra natal. Durante o século XIX, os italianos ainda não tinham uma nação unida, estavam sob o domínio da Áustria e da Espanha e adotaram a ária como canção nacional - canção de um povo que ansiava por ver a sua terra livre dos inimigos e novamente unida.

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