Uma das mais grandiosas óperas de Verdi, “Nabucco” será apresentada pela 1ª vez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em sua versão integral.
Primeiro grande sucesso de Giuseppe Verdi, a ópera Nabucco retorna ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro – vinculado à Secretaria de Estado de Cultura – depois de 14 anos, para uma temporada de cinco apresentações, a partir de 21 de julho. Assinada por André Heller-Lopes, a nova montagem apresenta, pela primeira vez no Theatro Municipal, a partitura integral da obra, sem os chamados cortes de tradição – partes mais difíceis normalmente suprimidas da execução. A grandiosa produção, que envolve mais de 400 profissionais, será também a primeira desta obra com elenco inteiramente brasileiro, reunindo nomes de destaque na cena lírica nacional e internacional como a soprano Eliane Coelho, os barítonos Rodrigo Esteves e Rodolfo Giuliani; o baixo Sávio Sperandio; os tenores Marcos Paulo e Eric Herrero e a mezzo-soprano Denise Freitas. Nabucco contará com direção musical e regência do maestro Silvio Viegas, à frente da Orquestra e Coro do TMRJ, cenários de Renato Theobaldo, figurinos de Marcelo Marques e iluminação de Fábio Retti.
“É uma satisfação reunirmos grandes solistas brasileiros em uma das maiores obras do repertório operístico mundial”, comemora a presidente da Fundação TMRJ, Carla Camurati.
O carioca André Heller, que volta ao Theatro Municipal do Rio – a última produção dirigida por ele foi Idomeneo, de Mozart, em 2006 – optou por priorizar as relações humanas em sua concepção da obra nesta temporada que considera sua volta ao lar: “O que torna Nabucco atemporal é justamente o drama pessoal, que pode estar, por exemplo, nas vilanias de Zaccaria, que seqüestra, ameaça, faz tudo em nome da fé, uma intolerância religiosa que é inteiramente atual”, explica o diretor. Da mesma forma, os cenários de Renato Theobaldo e figurinos de Marcelo Marques evitam cópias fiéis do lugar e dos costumes da época em que se desenrola a trama: “É um cenário monumental, como pede a obra, mas que usa materiais inusitados que remetem ao relevo do lugar sem ser explícito”, esclarece André. “Os figurinos estão mais ligados à alta costura do que propriamente aos trajes assírios. A referência está presente na paleta de cores de tons turquesa”, completa.
Ópera grandiosa de Verdi, Nabucco é um drama lírico com libreto de Temistocle Solera dividido em quatro partes. A estreia em março de 1842, no Teatro alla Scala de Milão, foi um enorme sucesso, dando início a uma extensa turnê por vários teatros italianos e europeus. Nabucco revelou a veia passional de Verdi, e seu sucesso é derivado do impressionante poder evocativo de “Va´, Pensiero”, uma das mais famosas melodias de todos os tempos, em homenagem à saudade que o povo hebreu sentia de sua terra natal. Durante o século XIX, os italianos ainda não tinham uma nação unida, estavam sob o domínio da Áustria e da Espanha e adotaram a ária como canção nacional - canção de um povo que ansiava por ver a sua terra livre dos inimigos e novamente unida.
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