O lançamento de História e Psicanálise – Entre ciência e ficção, de Michel de Certeau e Lugares para a História, de Arlette Farge, acontece durante o XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH 50 anos, em São Paulo.
Entre os dias 17 e 22 de julho, em São Paulo, historiadores, pesquisadores e estudantes terão a oportunidade de conhecer duas obras de referência para a área: os livros História e Psicanálise – Entre ciência e ficção, de Michel de Certeau, eLugares para a História, de Arlette Farge, que serão lançados pela Autêntica Editora durante o XXVI Simpósio Nacional de História, evento anual organizado pela Associação Nacional dos Professores Universitários de História (ANPUH). Todos os lançamentos de livro acontecem simultaneamente, no dia 21 de julho, das 19h30 às 21h30.
Capaz de atravessar as fronteiras entre os campos do saber, Michel de Certeau é uma das figuras mais singulares da Escola Francesa na área de história. O autor de História e Psicanálise – Entre ciência e ficção acreditava que a contribuição de estudiosos não deveria ser limitada apenas às condições previamente determinadas pelos princípios da disciplina estudada. Nessa obra, traduzida pela primeira vez no Brasil, ele propõe, na primeira parte, uma análise da relação entre a história e a psicanálise, a fim de refletir sobre a maneira como o historiador concebe e pratica seu ofício. A segunda parte do livro traz textos acerca de Michel Foucault e Jaques Lacan, autores admirados pelo historiador. A tradução é de Guilherme João de Freitas Teixeira.
A pesquisadora Arlette Farge apresenta uma proposta também inovadora: o estudo da história a partir de suas descontinuidades, de seus fragmentos. Na obra Lugares para a história, ela é fiel a esta abordagem até mesmo na construção narrativa do texto, que se dá em capítulos curtos e, embora relacionados, que guardam certa autonomia entre si. “A abordagem do descontínuo, do que não se conecta automaticamente a um sistema liso de continuidades e de causalidades evidentes, tem a vantagem de isolar cada acontecimento e de devolvê-lo a sua história pura, áspera, imprevisível”, lembra Arlette nas primeiras páginas desse livro, cuja cuidadosa tradução é assinada por Fernando Scheibe. Inspirada na sagacidade crítica das análises de Robert Mandrou e na inteligência criadora de Michel Foucault – com quem publicou, em 1982, La Désordre des familles (A desordem das famílias) – Arlette se questiona sobre como conciliar as exigências da objetividade e a necessidade que tem o historiador de reinterpretar o passado à luz do presente.
As duas obras que chegam ao mercado fazem parte da Coleção História e Historiografia, que já conta com os livros Leitura e seu público no mundo contemporâneo (Autêntica, 2008), de Jean Yves Mollier, e Doze Lições Sobre a História (Autêntica, 2009), de Antoine Prost.
Sobre Michel de Certeau – nasceu em Chambéry, na França, em 1925. Formou-se em Filosofia, História, Teologia e Letras Clássicas nas Universidades de Grenoble, Lyon e Paris. Enveredou-se pela psicanálise, pela linguística, pela antropologia e por outras disciplinas para responder satisfatoriamente a suas investigações. Com seu método de estudo, tornou-se um dos mais importantes historiadores da França. Faleceu em Paris, em 1986, deixando importantes contribuições para a produção do conhecimento histórico e um legado de obras fundamentais para a história.
Sobre Arlette Farge – historiadora francesa dedicada ao estudo do século XVIII, é professora naÉcole des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, diretora de pesquisa no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Publicou, entre outros, O sabor do arquivo (EDUSP, 2009), Dire et mal dire. L’opinion publique au XVIIIe siècle (Dizer e maldizer. A opinião pública no século XVIII, inédito em português) e Le Cours ordinaire des choses dans la cité du XVIIIe siècle (O curso ordinário das coisas na cidade do século XVIII, também inédito em português).
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